Entendendo Bootstrap: Estudo de caso da Mais Empresas
Segundo a definição do Ash Maurya em seu livro Running Lean, “Bootstrap nada mais é que financiar o negócio com a receita vinda dos próprios clientes“. Assim sendo, muito embora ainda que não se falasse de Lean Startup, muito menos de Bootstrapping quando a Mais Empresas foi criada, podemos dizer que alguns dos princípios vitais destas técnicas estiveram presentes nos primeiros dias da empresa.
Quando dois dos atuais sócios da mais empresas decidiram abrir a firma, notaram que ambos estavam sem quaisquer recursos financeiros. Poderiam então ter optado pelo modelo “convencional”, que seria fazer um plano de negócios para buscar financiamento, e, com esta captação de dinheiro abrir a nova empresa com “segurança”, comprar equipamentos, alugar o espaço, contratar uma empresa de RH, etc.
Ao invés disso, decidiram fazer um terceiro turno ao final do expediente, no quarto de empregada da casa de um deles, a fim de fazer o que hoje é chamado pelos “startupeiros” de MVP, ou mínimo produto viável. Desta maneira, em poucas semanas tinham um nome, uma logo, um site simples e uma plataforma básica para construção de outros sites, batizada de DVlop.
Feita a primeira venda confirmou-se o valor do nosso único produto, site institucional, e foi possível saber quantos deles precisariam ser vendido por mês para que não morressem de fome e pudessem pagar os custos do quartinho escritório, que até então era apenas uma linha telefônica com internet.
Com isso o passo principal foi dado, o de abandonar o emprego para garantir uma dedicação integral ao novo negócio. Assim, a cada venda feita as contas eram pagas e na medida do possível algum ordenado era retirado pelos sócios. Com isso começou-se a construção uma carteira de clientes mensalistas que possibilitou alguma estabilidade para a empresa, assim como aluguel de uma sala comercial (de verdade), a contratação do primeiro funcionário e assim por diante, ou seja, o negócio começou a escalar.
O que caracteriza o Bootstrap nesse caso é justamente o fato de não ter sido necessário empréstimos bancários nem financiamento de qualquer espécie para dar o start no negócio, além da geração de renda desde o primeiro dia, de maneira suficiente para custear as operações e o crescimento.
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